O projeto "Amigo do Bicho" foi criado por um grupo de amigos com o objetivo de retirar os animais domésticos das ruas, por meio da esterilização, doação de filhotes, posse responsável e campanhas de adoção de animais.
Não temos abrigo, hospedamos os animais resgatados em clínicas veterinárias e o dinheiro é arrecadado entre os amigos.
O Blog foi criado para divulgar os resultados do projeto e também auxiliar na divulgação de animais para adoção, a maioria em Brasília (DF).
Divulgamos cães e gatos para adoção, animais perdidos e encontrados, eventos e pedidos de ajuda ligados à proteção animal.


quarta-feira, 1 de julho de 2009

As vantagens de se adotar um animal adulto

Um amigo de qualquer idade
As vantagens de se adotar um animal adulto

Para quem pensa em ter um cão ou um gato, adotar um animal adulto pode ser não uma boa, mas a melhor opção. Por não terem os atributos de um filhote, que tanto seduz e leva muitas vezes a agir por impulso, eles aguardam, durante muito tempo, por uma chance. Mas, a exemplo de outros países como os Estados Unidos, em que muitos estados têm carência de animais para adoção, isso pode mudar.
Dizer que animais adotados já adultos não reconhecem seus adotantes como donos é um preconceito. A história do adestrador Luiz Roberto Gisondi é um bom exemplo de que este pensamento não passa de um mito. Ele adotou o cocker Willy, de três anos, que morava em uma baia e era utilizado em provas de agility. “Não treinavam muito com ele, diziam que era anti-social, agressivo e que mordia”, conta Luiz. Por não obter boas performances, o cão recebia pouca atenção e, por isso, o adestrador resolveu levá-lo para casa.
A adaptação ao novo lar aconteceu em quinze dias e revelou ser falso o estigma que cercava o animal: “Aos poucos ele foi se adequando ao meio, se tornou grato, bonzinho. Hoje é o melhor de todos os sete cães que eu tenho”, se orgulha Luiz, que ainda faz questão de desfazer o preconceito de que todos os cockers são ciumentos, afinal, Willy convive em paz com mais seis companheiros. Hoje, o cão brilha em provas de agility com o novo dono.
Luana Rizzo, arquiteta, também não teve problemas de adaptação. Dos dez cães que ela mantém em sua casa, em seu ateliê e no sítio onde mora, a maioria foi recolhida das ruas, já com alguns anos. “Adotei um cachorro faz dois meses. Um dia ele escapou e os passantes da rua tentaram pegá-lo, mas ele só veio quando eu o chamei”, diz satisfeita, referindo-se ao SRD, Chico, com dez anos.
Mel, outro cachorro da família, um mestiço de labrador com pit bull, é outro exemplo de fidelidade. Quando ele tinha dois anos, o irmão da arquiteta o resgatou, junto com a polícia, de uma casa onde vivia amarrado com uma corda tão curta que nem permitia que se deitasse. O cão, de porte médio para grande, pesava menos de 20 quilos e estava infestado de verminoses. Aos poucos ele foi se recuperando e hoje é campeão paulista e brasileiro de agility, superando os inúmeros cães de raça que praticam este esporte.
Segundo Luana, que também tem cães da raça cocker que ela cria desde filhotes, cães recolhidos de abrigos ou da rua são mais agradecidos. “É muito mais fácil cuidar deles, são mais carinhos e menos exigentes”, conclui ela.
Segundo a médica veterinária Fernanda Castiglia, a grande vantagem de se adotar um cachorro com mais de dois anos é que ele já tem personalidade e tamanho definidos, o que torna possível encontrar o animal ideal para cada pessoa. “Além disso, eles já tomaram as primeiras doses de vacina, as mais custosas”, completa.
Fernanda lembra de que esses animais, em sua maioria, são muito carinhosos e podem proporcionar grandes momentos de felicidade. “Os lares transitórios, feiras e centros de adoções estão cheios desses animais, que precisam de um dono que lhes dê cuidado, carinho, atenção e amizade”, conclui.
A timidez dos felinosGatos adultos tendem a ser mais limpos, calmos, educados e obedientes do que os filhotes. Porém, a adaptação a um novo lar pode ser um processo delicado se o animal tiver sido maltratado ou crescido sem muito contato com seres humanos. Segundo Andrea Podolski, responsável pelo Projeto Bicho no Parque, o felino é um animal que não gosta muito de mudanças e demora mais para se acostumar. “Enquanto o cachorro geralmente leva algumas horas, o gato demora alguns dias para a adaptação”, diz ela.
A secretária executiva, Cleiser Jaqueline Lopes, que adotou a gata Ricota, sentiu o desafio dos primeiros dias na pele, com uma gata que havia sofrido maus tratos. “Na primeira semana achei que ela fosse morrer. Ela ficou sete dias escondida debaixo do sofá, sem comer, beber água ou usar a areinha”, revela.
Cleiser pensou em desistir, mas é muito grata por não tê-lo feito, porque depois de alguns dias teria uma grande recompensa: “Deixei-a à vontade e aos poucos ela foi se adaptando ao ambiente. Hoje ela é um doce, super-carinhosa, dorme conosco na cama e faz uma festa quando a gente chega em casa”, festeja a secretária.
A gata Pantone da engenheira Cristiana Parada tinha histórico difícil e foi justamente por isso que sua dona a escolheu. A bichana surpreendeu ao reconhecer o seu novo lar imediatamente. Sua dona, que já tinha dois outros gatos, afirma que Pantone é a mais carinhosa e companheira. “Ela é daquelas que pula no colo, amassa a roupa e pede carinho sempre”, conta.
Em casos mais difíceis, a adaptação pode durar até dois meses e geralmente acontece com animais ariscos, que não tiveram muito contato com seres humanos. Para se ter sucesso na adoção de um gato adulto, Andrea Podolski dá a receita: “O principal é respeitar o espaço e o tempo dele, conseguir segurar a ansiedade de querer tocá-lo e ter sua amizade imediatamente”.

Um comentário: