Este ai é o meu irmão Thor. Nossos pais queriam que eu tivesse um irmãozinho para me fazer companhia enquanto estivessem fora. Então foram na clínica do tio Luiz Fernando, e estava ele numa gaiolinha para adoção. Acho que ele devia ser um dos mais feios. Segundo o papai, só tinha amarelos e ele não era irmão de ninguém lá, então trouxeram ele para ser o meu irmão. O pior é que eu nem sabia disto, e nem pude escolher.
Ele era um pirralho chato. Tinha poucos dias a mais que um mês . Na frente do papai e da mamãe eu mostrava minha ferocidade, seguia ele em toda parte e voava em cima que o momento era mais dramático. Era divertido. Mas depois de 5 dias, papai e mamãe chegaram de surpresa na hora do almoço e lá estávamos nós, dormindo abraçadinhos. Ainda bem que isto aconteceu pois depois nos contaram que tinham ido lá para devolver o Thor, pois achavam que não nos dávamos bem. Depois daí paramos de brincar desta forma.
Foi em fevereiro que o tio Luiz Fernando entrou de vez nas nossas vidas. Pouco antes do carnaval passei mal. Sabia que o papai e a mamãe iam viajar, tentei segurar, mas não consegui. Foi uma febre altíssima, não tinha vontade nenhuma de comer e vivia querendo ficar escondida. Uma amiga da mamãe falou que ele era milagroso e lá fomos nós para a primeira visita a um veterinário.
O negócio foi feio. Tão feio que acho que nem ele descobriu direito o que era. Mas sei que curei, dando um trabalhão para meus pais e fazendo eles ficarem cuidando de mim todo o carnaval. A cada 2 dias tínhamos que visitar o titio para ele ver como estava. Depois de uns 20 dias estava boa.
Meu outro irmão veio depois. Era a coisa mais estranha, vivia escondido em baixo da máquina de lavar tirando sangue dos pés de quem passava perto. Até lembrava vagamente dele, de quando vivia no trabalho da mamãe. Ele era um dos selvagens de lá. Não entendi muito bem, mas parece que não era para ele ter ido pra nossa casa e nem era para ficar muito tempo. Parece que queriam amansá-lo para que pudesse viver com outros pais. Mas ele não amansou e foi ficando. E assim virou o nosso irmão Shiva.
O titio Luiz Fernando entrou também na vida dele. Foi por causa de um verme esquisito que ele deixava pela casa toda. Que nojo. Outros veterinários não resolveram, acho que até tinham medo de tratar o gato-fera. Até o papai tento resolver. Vestiu umas luvas estranhas de couro, trancou eu e o Thor no quarto, e só ouvimos o barulho do tumulto. Parecia que a casa ia cair. Quando fomos soltos, o remédio estava fechado e o papai sangrando. Mas o titio resolveu de primeira. Primeiro tentaram pegá-lo em casa. Foi até fácil, depois de estressado ele simplesmente entrou na caixinha de transporte. Na minha caixinha. Na clínica, dois dos ótimos auxiliares do titio seguraram de jeito, quase enforcando, deram todos os remédios possíveis e acabaram todos os problemas.
Depois mamãe e o papai piraram. Começaram a levar uns gatinhos lá pra casa para dias depois levarem eles embora. Foram tantos que até perdi a conta. Nem deu para fazer amizade com nenhum deles. Mal dava para brincar de caça e caçador e já iam para casa de outra família. E é claro sempre estava o titio lá ajudando. Cuidou de muitos deles, castrou outros tantos. E sempre com um preço muito camarada, de custo ou abaixo, tanto é que mesmo neste tempo caótico nunca faltou nossa querida ração, petiscos e ratinhos de couro.
Depois mamãe e o papai piraram. Começaram a levar uns gatinhos lá pra casa para dias depois levarem eles embora. Foram tantos que até perdi a conta. Nem deu para fazer amizade com nenhum deles. Mal dava para brincar de caça e caçador e já iam para casa de outra família. E é claro sempre estava o titio lá ajudando. Cuidou de muitos deles, castrou outros tantos. E sempre com um preço muito camarada, de custo ou abaixo, tanto é que mesmo neste tempo caótico nunca faltou nossa querida ração, petiscos e ratinhos de couro.
Sei que este titio Luiz Fernando era o mais milagroso veterinário do mundo. E que nos ajudou tanto, tanto mesmo. Somos eternamente gratos. Posso até dizer que devo minha vida a ele. Porém ele se foi. Agora está cuidando de outros bichinhos, junto de Deus criador de todas as criaturas. Está cuidando dos bichinhos que por aqui já passaram e que mesmo lá em cima precisa de um veterinário milagroso.
Adeus Luiz Fernando, até nos encontrarmos novamente lá em cima, quando novamente precisar da sua ajuda.
Gaia
Pôxa, que perda né?
ResponderExcluirSinto muito!
Bj
TRIBUTO A LUIZ FERNANDO LENZI, MAIS QUE UM VETERINÁRIO, UM ANJO DA GUARDA DOS ANIMAIS
ResponderExcluirQuando ele nasceu, com certeza todos os bichos da Terra vibraram de alegria. Chegara ao mundo uma criatura que dedicaria seus anos a minimizar o sofrimento dos animais. Ele cresceria, estudaria para este fim. Ele se preocuparia em curar as mazelas que atingem os nossos irmãos de quatro patas. Ele lhes diria sim, quando todos lhes viravam as costas. Quando fossem abandonados pelas ruas, ele os recolheria. Ele lutaria pela vida desses inocentes, quando tudo indicava que já estavam condenados. Esses animais seriam a sua vida, o seu carma.
Ele sempre teria um olhar complacente, um sorriso no rosto. E atenderia a todos com gentileza. Esse homem atrairia para si uma legião de pessoas gratas porque elas viam que ele tinha um interesse maior na salvação de seus bichinhos. Não era o mercantilismo que o movia. Era puro amor.
Um homem lindo por dentro e por fora. Cativante.
Ele veio na Terra como instrumento de paz e de amor. E isso era sentido inconscientemente por todos que tiveram a sorte de conhecê-lo nesta vida.
Na quarta-feira de cinzas, ele terminou sua tarefa em nosso Planeta. Um acidente fatal privou-nos da sua presença entre nós. Ele não sofreu, tenho certeza. Deus não permitiria. Simplesmente ele cumpriu inteiramente, como pouco de nós, sua missão na Terra. Ele cumpriu brilhantemente, com todos os méritos, com todos os louros, com toda pompa.
Hoje os animais sentem-se um pouco órfãos. Os donos dos animais sentem-se perplexos e desamparados. Os abandonados na rua, sentem-se mais abandonados ainda.
Foi-se o Luiz Fernando. Foi-se o veterinário, o excelente profissional. Mas foi-se, sobretudo, o amigo, o ser humano incrível. Aquela pessoa doce, lúcida, humana. Extremamente humana. Durante muitos anos cuidou de gerações de bichos que criei. Ajudou-me a criá-los. Orientando, curando, cuidando.
Sei que hoje no céu é festa. Ele retornou ao lar. E retornou triunfante com a certeza do dever cumprido. Certamente Deus, Ele próprio, foi recebê-lo. Pessoalmente.
Palmas para o Luiz. Aplausos calorosos para um homem de valor. Que os animais, seus amigos de toda a vida, também estejam lá, e certamente estarão, nesse jardim de luz e cores que será o seu Lar pela eternidade.
Que Deus ilumine sua alma, seu espírito.
Essa é minha homenagem ao homem valoroso: Luiz Fernando Lenzi: um ser de luz.
grande perda, deixou saudades pra todos clientes e amigos, foi um dos meus chefes na DCZ (Canil) descobrir um dia desse qdo liguei na clinica pra saber se tinha cachorro da raça Pink pra vender, fiquei arrasada, meus sentimentos a toda familia, ele deixou uma grande vazio e uma saudade eterna....Help
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